Andorinhas e Sabiás - Os Casamentos em Espanha das Filhas de D. João VI (1810-1823)

Andorinhas e Sabiás Alice Lázaro aporta neste seu livro testemunhos documentais que contrariam a ideia feita que com foros de única verdade se tem mantido praticamente inalterável do século XIX para cá, quando se fala da mudança da Corte portuguesa para o Brasil em 1807, inculcando no imaginário comum que se tratou de uma fuga pura e simples. Tal ideia ideologicamente interessante, veiculada e enraizada com intuitos políticos, hoje já não resiste, quando a honestidade intelectual se sobrepõe a jogos de linguagem que armam bem, numa roda de café, mas não a uma leitura sincera do processo histórico. Em resultado do que estudou e reuniu documentalmente – embora não inteiramente inédito – a autora vai no sentido de evidenciar a dinâmica de interesses em presença, numa conjuntura imperialista, a que se opôs com uma rara visão estratégica o Príncipe-Regente de Portugal, que deve ser justamente tida como um rasgo à revelia das pretensões da França napoleónica. Em escassos quinze anos o Brasil adveio centro decisor de uma tendência política internacional, verdadeiramente visionária, relançando laços dinásticos antigos, por meio do casamento das filhas de D. João VI, em Espanha, desenhando um novo mapa ideológico europeu, saído de Viena e corporizado em Verona. Neste contexto dramático ganha especial destaque – que deve ser enaltecido – perante o seu arrojo e determinação, o papel daquelas infantas portuguesas, neste livro recuperado e trazido à ribalta.

O livro apresenta o seguinte índice de assuntos:

Abertura
Evocação
Do Rio de Janeiro para Madrid
As reais saídas e entradas – de Cádis a Madrid
A arte das funções em Sevilha
Da alegria das bodas ao elogio fúnebre da Rainha de Espanha, D. Maria Isabel de Bragança
Do luto e da esperança
Da ida da Princesa da Beira para Espanha
Para Espanha, outra vez!
O regresso do “Desejado”
Antígonas
Um manual de conduta de princesas e rainhas
As cartas e o seu descaminho

Apêndice

Relação histórica das festas, que se fizeram pela ocasião do casamento, que a 13 de Maio do ano de 1810 se celebrou nesta cidade do Rio de Janeiro, em que o Sereníssimo Infante D. Pedro Carlos de Bourbon e a Sereníssima Princesa D. Maria Teresa, pelo laço conjugal firmaram as esperanças de se perpetuar e enlaçar mais a união das duas Coroas de Portugal e Espanha. Ordenada pelo Padre Joaquim Dâmaso, da Congregação do Oratório de Lisboa

Cartas de Joaquim Severino Gomes para D. João VI e Marquês de Aguiar

Carta de Bernardo José Abrantes e Castro para El-Rei [D. João VI] com notícias do estado de saúde da Princesa [D. Maria Teresa] desde que saiu da Aldeia Galega no dia 13 de Agosto até àquela data e da evolução do mesmo

O infante D. Pedro Carlos de Borbón e Bragança – Apontamentos para uma biografia

Da vinda para Portugal ao casamento e morte no Rio de Janeiro

Itinerário que fez na augusta condução do Sereníssimo Senho infante D. Pedro Carlos de Bragança e Bourbon desde o Caia até Lisboa em Novembro de 1789 o Marquês de Marialva, D. Diogo José Vito de Menezes
Bibliografia

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