Cavaleiros de Santiago Senhores da Lagoalva: 1193-1484

Os Cavaleiros de Santiago: 1193-1484

Num documento do tempo de D. Dinis (1317), a Lagoalva é identificada como Lacus Albus, denominação latina que corresponde aos vocábulos Lagoa Alva, remota identificação da terra que se situa no concelho de Alpiarça e que mantém, ainda hoje, o nome porque ficou conhecida, desde tão recuadas eras. 

Isto seria, à partida, razão mais do que suficiente para despertar no leitor curioso da história local o interesse em aprofundar mais acerca do sítio, uma vasta fértil planície ribatejana, vizinha do grande rio que é também razão da sua fertilidade – o Tejo. Porém, a existência daquela terra ao longo desses quase setecentos anos, pode recuar ainda mais.

O nascimento da LAGOALVA para a História aconteceu no ano de 1193, quando governava o rei Povoador, ao fazer mercê dela à ordem de cavalaria conhecida pelo nome de ORDEM DE SANTIAGO. Feitas as contas, verifica-se um dado muito interessante: a Lagoalva tem o seu registo de nascimento cinquenta anos depois do nascimento de Portugal.

Dos materiais recolhidos no arquivo da Torre do Tombo (IAN/TT) e do seu enquadramento, resultaram três volumes separados, sob o título comum de CAVALEIROS DE SANTIAGO SENHORES DA LAGOALVA, abrangendo cerca de sete séculos de História, dedicados a épocas diferentes da vivência daquele território monástico-militar. O presente volume é dedicado ao tempo que vai da doação desta terra, por D. Sancho I, aos cavaleiros MILLICIE SANCTI JACOBI até à época do Príncipe Perfeito, mais concretamente até ao ano de 1484, data em que teve lugar o Capítulo de Santarém daquela importante ordem monástica, no convento de S. Francisco da cidade, sendo que o volume 3 será dedicado ao período que vai do início do século XVII até aos primeiros anos do século XIX, pelas razões que, então, serão aduzidas.

Pela raridade dum tão vasto e rico espólio documental, concernente a um só lugar e pelo interesse que isso terá para o estudo e divulgação da história local (como estamos em crer), desafia-se o leitor a deixar-se levar pelo tema e a descobrir algo mais que acrescente ao seu saber com as notícias sobre o passado desta região do Ribatejo.

O livro tem o seguinte índice de assuntos:

Prefácio
Acerca da ordem de Santiago
O Príncipe Perfeito e a ordem de Santiago
D. Jorge e a impressão da Regra de 1509
O carácter iniciático da ordem de Santiago
Hierarquia da ordem de Santiago
Mestre
Prior-mor
Comendador-mor
Os Treze
As insígnias da ordem de Santiago
As bandeiras
O hábito
Uso cerimonial do manto branco
Ritual de iniciação do cavaleiro de Santiago
As festas litúrgicas dos cavaleiros de Santiago
Resenha histórica da ordem de Santiago até ao século XV
A entrada da ordem de Santiago em Portugal
A cisão do ramo português da ordem de Santiago
A ordem de Santiago entre D. Pedro Escacho e o infante D. João
A ordem de Santiago entre o governo do infante D. João e o Príncipe Perfeito
A ordem de Santiago entre o governo do Príncipe e a sua incorporação na coroa
A integração da ordem de Santiago na coroa portuguesa
A Lagoalva comenda da ordem de Santiago
Reivindicação da Lagoalva como património da ordem de Santiago
A Lagoalva e a política de repovoamento
Ricos-homens e prelados na doação da Lagoalva à ordem de Santiago
A Lagoalva entre os reinados de D. Sancho I e de D. Dinis
Quem era D. Estefânea Ponça?
A Lagoalva nos Artigos do Mestre Pedro Escacho
A Lagoalva e a lei das Sesmarias
O paço de Almeirim e as terras além do rio
A Lagoalva e os príncipes de Avis
O cabido geral da ordem de Santiago em Santarém em 1484
Documentos
Resenha e tábua cronológica
Bibliografia

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